Ótima pergunta. Eu acredito que embora a eficiência energética seja equivalente, o dispêndio de energia é maior, mesmo exigindo menos do motor para gelar. Mas adoraria ler a resposta de algum entendido do assunto.
Cara, fiz o projeto elétrico da casa recentemente e a carga muda bastante com o aumento da capacidade do ar, claro que ele vai ser mais eficiente em resfriar o ambiente e pode ligar menos pra manter a temperatura, mas todo mal dimensionamento tende a gerar um desperdício energético, seja mal dimensionado a mais ou a menos. Mais importante que isso é saber se tua rede suporta essa carga maior.
Um ar de 18.000 BTU/h será instalado num espaço maior, e aí claro que vai consumir mais. Mas nessa situação não adianta colocar o menor, não vai gelar.
Já se colocar o ar de 18.000 BTU/h num espaço que seria atendido pelo ar de 9.000 BTU/h, numa análise de ordem zero, com tecnologia inverter, era pra consumir o mesmo. Porém, na prática, dificilmente um equipamento opera de maneira eficiente com carga muito baixa, longe da sua potência nominal. Então, em geral pode-se dizer que o de 18.000 BTU/h consumiria um pouco mais sim. Quanto, exatamente, nem vou me arriscar a chutar.
Mas: se o espaço é atendido pelo de 9.000 BTU/h, que é mais barato, e o de 9.000 BTU/h é mais eficiente (independente de quanto exatamente), não há o que pensar. Vá naquele corretamente dimensionado para o espaço, ou no máximo para o de 12.000 BTU/h para ter uma margem de segurança, por exemplo se você quer garantir o quarto bastante gelado mesmo nos dias mais quentes do ano.
Equipamentos que operam a ~50% de sua capacidade máxima tendem a consumir menos energia. Então um ambiente que demande 9.000btu se vc colocar um de 18.000 btu ele irá operar a 50% e consumirá menos energia, claro, falando de equipamentos inverter. Fora que você chega na temperatura desejada muito mais rapidamente e virtualmente dobra a vida útil do equipamento. Então é bem interessante. A gente vê esse comportamento também em fontes de computador. Onde a demanda normalmente é 300w e usam fontes com 600w
A citação interessante pode ser encontrada logo na primeira página do documento:
"Most electric motors are designed to run at 50% to 100% of rated load. Maximum efficiency is usually near 75% of rated load. Thus, a 10-horsepower (hp) motor has an acceptable load range of 5 to 10 hp; peak efficiency is at 7.5 hp. A motor’s efficiency tends to decrease dramatically below about 50% load."
Então, na verdade, um ponto de eficiência ótimo seria 75% da carga máxima. Mas ficar discutindo se é melhor operar a 50% ou 75% é perda do tempo. O grande problema é a perda considerável de eficiência abaixo de 50%.
Se um espaço que seria atendido por um ar de 9.000 BTU/h, então, mesmo no dia mais quente do ano, na hora mais quente do dia, ele deveria conseguir refrigerar a uma temperatura razoável. Só que são poucas horas do ano que se trabalha nessa condição. Mesmo num dia muito quente, durante a noite a temperatura tende a cair, e não é necessário refrigerar a capacidade total do ar. Lembrando que, fora a situação atípica de pandemia em que tem gente fazendo home office, a maioria das pessoas usa o ar condicionado durante a noite.
Aí entra aquela questão: após refrigerar inicialmente o ambiente, mesmo nas horas mais quentes dos dias mais quentes do ano (novamente, uma situação rara, como explicado), a princípio o ar de 18.000 BTU/h estaria operando apenas a 50% da sua capacidade (já que, por hipótese, o ar de 9.000 BTU/h atenderia nessa situação). Mas fora dessa situação, o que vai representar a imensa maioria do tempo, o ar estará operando abaixo de 50% da sua capacidade, e como dito na referência, com uma queda considerável de eficiência. Às vezes, muito abaixo de 50% (talvez 20% ou até menos), e aí a perda de eficiência é brutal, como os gráficos da referência mostram.
Então, não mudo em nada a minha recomendação original: se o espaço pede 9.000 BTU/h, instale 9.000 BTU/h, no máximo 12.000 BTU/h se tiver preferência por um ambiente mais gelado que o normal (e entendendo que gastará mais, tanto na compra como no consumo). 18.000 BTU/h vai se traduzir em um gasto inicial maior, já que o aparelho é mais caro, e um consumo maior em função da perda de eficiência na imensa maioria das situações.
Quando vc diz que usa o dia todo, seria quantas horas em média? E quanto vc acha que ele consome em Kw no mês?
Estou perguntando isso, porque instalei um Daikin Inverter de 18.000 aqui no apartamento, nunca tive ar condicionado, eu usava somente ventilador.
Usando o Ar condicionado em média 8 horas por dia, o consumo subiu uns 150 Kw. Achei muito! Pessoal sabe dizer se é mais ou menos isso que gastam mesmo?
Isso pode variar bastante devido a inúmeras variáveis, como tamanho do ambiente, quantidade de gente e de eletrônicos ligados, a incidência de sol, a temperatura que está utilizando, pois quanto mais baixa for, mais ele vai consumir pra diminuir a temperatura, então eu acho muito complicado fazer uma avaliação sem a pessoa conhecer o seu ambiente e a sua utilização.
Difícil responder com precisão, mas: 150 kWh/30 dias = 5 kWh/dia. Como são 8 horas, dá 5/8 = 0,625 kWh/hora = 625 W.
Como dito, depende muito do ambiente, mas acho que a ordem de grandeza tá certa. Especialmente se esse valor se refere às últimas semanas com muito calor.
A dica para economizar é sempre colocar o termostato na temperatura mais alta que você considerar confortável. Não precisa transformar verão em inverno, só evitar que você sue.
Entendi.
É que de acordo com o manual e o site do Procon, nos testes esse modelo gastaria algo em torno de 60kWh, usando 30 dias 8hrs/dia.
Achei estranho essa enorme diferença.
Acho que o problema é que aqui é um Loft(2 andares) porém pequeno, Tenho 1 ar pra cada andar e oq mais utilizo é esse da parte de cima aonde fica o quarto, para dormir.A parte de cima é bem aberta, então acredito que o ar gelado passe para o andar de baixo e ele tenha que trabalhar em uma potencia maior pra manter a temperatura no andar de cima.
Alguém sabe me dizer se a velocidade (1x,2x,3x,4x) interfere no consumo tbm? Porque eu utilizo sempre na menor velocidade, e ele consegue gelar o ambiente com eficiência.
Enfim, fazer o que, só me resta tentar usar o mínimo possível e pagar o absurdo de conta.
Eu jamais usaria esses valores do PBE como valores absolutos, mas apenas no sentido comparativo (estou olhando ar da marca A, B, C, da mesma capacidade, qual dos três consome menos?)
Para saber se esses valores são razoáveis, teria que ver como o teste é conduzido. É um espaço de tamanho fixo, independente da potência do ar, ou varia (espaços maiores para ar de maior capacidade)? Porque se usarem o mesmo espaço para um ar de 9.000 BTU/h e de 18.000 BTU/h, é claro que não vai representar a realidade, ninguém usa ar de 18.000 BTU/h no espaço em que caberia um de 9.000 BTU/h. Fora isso, qual a temperatura ambiente e as cargas térmicas? Talvez seja uma temperatura média anual, e aí evidentemente que no verão vai gastar mais. E claro, tem as particularidades do seu espaço. Em especial, essa história de ter um espaço mais aberto certamente vai influenciar muito no consumo. Se não tiver como impedir esse fluxo pro andar de baixo, vai ter que se conformar com o consumo alto.
Em teoria, o consumo não deveria depender diretamente da velocidade do fluxo de ar (a menos de um consumo um pouco maior para girar a turbina, mas isso é desprezível). Só que, na prática, o maior fluxo de ar vai acabar gerando uma maior troca de calor. Se o ar não estiver atingindo a temperatura programada no termostato em função desse vazamento para o andar de baixo, aí é esperado que com um fluxo maior, a temperatura se aproxime mais da temperatura alvo (ou seja, o ambiente ficará um pouco mais gelado do que ficaria com o fluxo menor), e claro, gaste mais energia para remover essa maior quantidade de calor.
Então, novamente: programe a maior temperatura possível no termostato que você ainda fique confortável, e tente apontar o vento diretamente para você, assim você pode ainda ficar confortável com uma temperatura mais alta no termostato que ficaria se o ar não estivesse batendo diretamente em você. E se o fluxo mínimo está te atendendo, mantenha no fluxo mínimo.
Opa, muito obrigado pelo tempo na resposta completa!
Na última semana estou tentando fazer isso mesmo, as vezes pra dormir em vez de usar o Ar estou usando somente a função Ventilador jogando diretamente em cima da cama, até que resolveu em alguns dias.
Vamos ver como vai ser o próximo consumo.
Muito obrigado!
Atenção!
Você precisa estar logado para compartilhar promoções e avalições!
Atenção!
Você precisa estar logado para comentar ou responder!
Cupom: VEM10
Compensa?
Eu acho que vale. O preço tá uma média de 2700. Se eu tivesse grana comprava...
Show, Obrigado Leonardo
Caramba, acho que é a primeira vez que eu vejo uma "tripa" de discussão no Gatry 100% técnica e agregadora.
Alguma correlação entre a potência do ar condicionado e o consumo? Se comparar o de 9.000 btus e este, no mesmo espaço, será o mesmo consumo?
Ótima pergunta. Eu acredito que embora a eficiência energética seja equivalente, o dispêndio de energia é maior, mesmo exigindo menos do motor para gelar. Mas adoraria ler a resposta de algum entendido do assunto.
Cara, fiz o projeto elétrico da casa recentemente e a carga muda bastante com o aumento da capacidade do ar, claro que ele vai ser mais eficiente em resfriar o ambiente e pode ligar menos pra manter a temperatura, mas todo mal dimensionamento tende a gerar um desperdício energético, seja mal dimensionado a mais ou a menos. Mais importante que isso é saber se tua rede suporta essa carga maior.
a estimativa de carga que tenho aqui pra 9kbtu é 1.6kw e pra 18kbtu de 2.6kw
São duas questões separadas.
Um ar de 18.000 BTU/h será instalado num espaço maior, e aí claro que vai consumir mais. Mas nessa situação não adianta colocar o menor, não vai gelar.
Já se colocar o ar de 18.000 BTU/h num espaço que seria atendido pelo ar de 9.000 BTU/h, numa análise de ordem zero, com tecnologia inverter, era pra consumir o mesmo. Porém, na prática, dificilmente um equipamento opera de maneira eficiente com carga muito baixa, longe da sua potência nominal. Então, em geral pode-se dizer que o de 18.000 BTU/h consumiria um pouco mais sim. Quanto, exatamente, nem vou me arriscar a chutar.
Mas: se o espaço é atendido pelo de 9.000 BTU/h, que é mais barato, e o de 9.000 BTU/h é mais eficiente (independente de quanto exatamente), não há o que pensar. Vá naquele corretamente dimensionado para o espaço, ou no máximo para o de 12.000 BTU/h para ter uma margem de segurança, por exemplo se você quer garantir o quarto bastante gelado mesmo nos dias mais quentes do ano.
Equipamentos que operam a ~50% de sua capacidade máxima tendem a consumir menos energia. Então um ambiente que demande 9.000btu se vc colocar um de 18.000 btu ele irá operar a 50% e consumirá menos energia, claro, falando de equipamentos inverter. Fora que você chega na temperatura desejada muito mais rapidamente e virtualmente dobra a vida útil do equipamento. Então é bem interessante. A gente vê esse comportamento também em fontes de computador. Onde a demanda normalmente é 300w e usam fontes com 600w
Não achei referências específicos sobre motores de ar condicionado, mas aqui está uma referência sobre motores elétricos em geral:
https://www.energy.gov/sites/prod/files/2014/04/f15/10097...
A citação interessante pode ser encontrada logo na primeira página do documento:
"Most electric motors are designed to run at 50% to 100% of rated load. Maximum efficiency is usually near 75% of rated load. Thus, a 10-horsepower (hp) motor has an acceptable load range of 5 to 10 hp; peak efficiency is at 7.5 hp. A motor’s efficiency tends to decrease dramatically below about 50% load."
Então, na verdade, um ponto de eficiência ótimo seria 75% da carga máxima. Mas ficar discutindo se é melhor operar a 50% ou 75% é perda do tempo. O grande problema é a perda considerável de eficiência abaixo de 50%.
Se um espaço que seria atendido por um ar de 9.000 BTU/h, então, mesmo no dia mais quente do ano, na hora mais quente do dia, ele deveria conseguir refrigerar a uma temperatura razoável. Só que são poucas horas do ano que se trabalha nessa condição. Mesmo num dia muito quente, durante a noite a temperatura tende a cair, e não é necessário refrigerar a capacidade total do ar. Lembrando que, fora a situação atípica de pandemia em que tem gente fazendo home office, a maioria das pessoas usa o ar condicionado durante a noite.
Aí entra aquela questão: após refrigerar inicialmente o ambiente, mesmo nas horas mais quentes dos dias mais quentes do ano (novamente, uma situação rara, como explicado), a princípio o ar de 18.000 BTU/h estaria operando apenas a 50% da sua capacidade (já que, por hipótese, o ar de 9.000 BTU/h atenderia nessa situação). Mas fora dessa situação, o que vai representar a imensa maioria do tempo, o ar estará operando abaixo de 50% da sua capacidade, e como dito na referência, com uma queda considerável de eficiência. Às vezes, muito abaixo de 50% (talvez 20% ou até menos), e aí a perda de eficiência é brutal, como os gráficos da referência mostram.
Então, não mudo em nada a minha recomendação original: se o espaço pede 9.000 BTU/h, instale 9.000 BTU/h, no máximo 12.000 BTU/h se tiver preferência por um ambiente mais gelado que o normal (e entendendo que gastará mais, tanto na compra como no consumo). 18.000 BTU/h vai se traduzir em um gasto inicial maior, já que o aparelho é mais caro, e um consumo maior em função da perda de eficiência na imensa maioria das situações.
Tenho um e é muito econômico , estou gastando menos do que os 2 ventiladores que eu usava , e ainda uso quase o dia todo.
Quando vc diz que usa o dia todo, seria quantas horas em média? E quanto vc acha que ele consome em Kw no mês?
Estou perguntando isso, porque instalei um Daikin Inverter de 18.000 aqui no apartamento, nunca tive ar condicionado, eu usava somente ventilador.
Usando o Ar condicionado em média 8 horas por dia, o consumo subiu uns 150 Kw. Achei muito! Pessoal sabe dizer se é mais ou menos isso que gastam mesmo?
Isso pode variar bastante devido a inúmeras variáveis, como tamanho do ambiente, quantidade de gente e de eletrônicos ligados, a incidência de sol, a temperatura que está utilizando, pois quanto mais baixa for, mais ele vai consumir pra diminuir a temperatura, então eu acho muito complicado fazer uma avaliação sem a pessoa conhecer o seu ambiente e a sua utilização.
Difícil responder com precisão, mas: 150 kWh/30 dias = 5 kWh/dia. Como são 8 horas, dá 5/8 = 0,625 kWh/hora = 625 W.
Como dito, depende muito do ambiente, mas acho que a ordem de grandeza tá certa. Especialmente se esse valor se refere às últimas semanas com muito calor.
A dica para economizar é sempre colocar o termostato na temperatura mais alta que você considerar confortável. Não precisa transformar verão em inverno, só evitar que você sue.
Entendi.
É que de acordo com o manual e o site do Procon, nos testes esse modelo gastaria algo em torno de 60kWh, usando 30 dias 8hrs/dia.
Achei estranho essa enorme diferença.
Acho que o problema é que aqui é um Loft(2 andares) porém pequeno, Tenho 1 ar pra cada andar e oq mais utilizo é esse da parte de cima aonde fica o quarto, para dormir.A parte de cima é bem aberta, então acredito que o ar gelado passe para o andar de baixo e ele tenha que trabalhar em uma potencia maior pra manter a temperatura no andar de cima.
Alguém sabe me dizer se a velocidade (1x,2x,3x,4x) interfere no consumo tbm? Porque eu utilizo sempre na menor velocidade, e ele consegue gelar o ambiente com eficiência.
Enfim, fazer o que, só me resta tentar usar o mínimo possível e pagar o absurdo de conta.
Eu jamais usaria esses valores do PBE como valores absolutos, mas apenas no sentido comparativo (estou olhando ar da marca A, B, C, da mesma capacidade, qual dos três consome menos?)
Para saber se esses valores são razoáveis, teria que ver como o teste é conduzido. É um espaço de tamanho fixo, independente da potência do ar, ou varia (espaços maiores para ar de maior capacidade)? Porque se usarem o mesmo espaço para um ar de 9.000 BTU/h e de 18.000 BTU/h, é claro que não vai representar a realidade, ninguém usa ar de 18.000 BTU/h no espaço em que caberia um de 9.000 BTU/h. Fora isso, qual a temperatura ambiente e as cargas térmicas? Talvez seja uma temperatura média anual, e aí evidentemente que no verão vai gastar mais. E claro, tem as particularidades do seu espaço. Em especial, essa história de ter um espaço mais aberto certamente vai influenciar muito no consumo. Se não tiver como impedir esse fluxo pro andar de baixo, vai ter que se conformar com o consumo alto.
Em teoria, o consumo não deveria depender diretamente da velocidade do fluxo de ar (a menos de um consumo um pouco maior para girar a turbina, mas isso é desprezível). Só que, na prática, o maior fluxo de ar vai acabar gerando uma maior troca de calor. Se o ar não estiver atingindo a temperatura programada no termostato em função desse vazamento para o andar de baixo, aí é esperado que com um fluxo maior, a temperatura se aproxime mais da temperatura alvo (ou seja, o ambiente ficará um pouco mais gelado do que ficaria com o fluxo menor), e claro, gaste mais energia para remover essa maior quantidade de calor.
Então, novamente: programe a maior temperatura possível no termostato que você ainda fique confortável, e tente apontar o vento diretamente para você, assim você pode ainda ficar confortável com uma temperatura mais alta no termostato que ficaria se o ar não estivesse batendo diretamente em você. E se o fluxo mínimo está te atendendo, mantenha no fluxo mínimo.
Opa, muito obrigado pelo tempo na resposta completa!
Na última semana estou tentando fazer isso mesmo, as vezes pra dormir em vez de usar o Ar estou usando somente a função Ventilador jogando diretamente em cima da cama, até que resolveu em alguns dias.
Vamos ver como vai ser o próximo consumo.
Muito obrigado!